viagem


sentada no banco do comboio espero que a viagem não acabe. o prazer dos minutos serem difundidos em mim mesma no lugar comum. as pessoas como que objectos do meu palco particular onde cada olhar, toque, palavra, está para além do que representa e tudo se passa de fora para dentro com apreensões sensibilizadas consoante o tick tock inexistente. as conversas difusas e a procura do olhar faz-me uma comichão que anseia pelo cheiro do novo e ao mesmo tempo tão rotineiro. o embalo traz a moleza, os olhos à minha volta fecham-se e observo o palco mudo de voz que se consagra pela cor de fundo da imaginação, o mundo está em movimento e tem um momento só para mim... ao olhar a transparência tudo se torna gelatinoso lá fora e deforormo-me para entrar numa porta onde não caibo. a comtemplação entranha-se pelos dedos dos pés e os olhos abrem-se de novo. o público.. retorno ao lugar da calçada onde se esbate a procura por casa passo em que não tropeço.

1 comentário:

Então oh coisinha? disse...

Bonito texto!
Por momentos senti-me eu a espectadora da tua peça de teatro...
As viagens de comboio são tão relaxantes, o balançar do comboio, a paisagem(principalmente ao final da tarde), as pessoas e o simples acto de contemplação de tudo isto....Gosto muito!

Olha estou a ouvir as palmas lá ao fundo, nesta peça o palco é teu!;)